A relação entre humor e comida

20/06/2013 11:00

 

O fato é: muitas pessoas enxergam a obesidade ou o sobrepeso como uma fraqueza ou como falta de força de vontade. Do ponto de vista médico, esta condição é diagnosticada como doença, uma epidemia em crescimento.
Obesidade pode de fato ser considerada como doença, em vez de uma mera "falta de força de vontade", entretanto, você pode se encontrar mergulhando em padrões de alimentação que são influenciados por seu humor.
Embora não haja pesquisa científica que apoie as sete características básicas a seguir, há muitas evidências que apoiam a relação entre humor e comida. Considere os seguintes comportamentos e veja se você se identifica com algum deles:


O "Comedor Emocional" - Busca nos alimentos o conforto. Quando está estressado, come para aliviar as emoções dolorosas. O alimento, para estas pessoas, traz de volta sentimentos de segurança ou momentos de descontração. O único problema é que depois de comer, os sentimentos de conforto encontrados na comida são substituídos por os de baixa-estima.
O "Superconquistador ilusório" - Está sempre insatisfeito com os resultados. Não importa o quanto esta pessoa faz, nunca é o bastante. Se eles perdem 5 quilos, deveriam ter perdido 10. Eles também têm a "síndrome do tudo ou nada": se eu como um biscoito, sou um fracasso. Eles querem perder tudo agora. Não importa se demorou 6 anos para ganhar 5 quilos: eles querem perder em um mês. Têm dificuldade de alcançar suas metas, pois as expectativas são muito grandes. Estas ideias podem fazê-los correr até a geladeira em decorrência de sua decepção.


O "Enrolador" - Deixa a vida de lado até que perca peso. "Quando eu perder 30 quilos, farei (preencha o espaço)". Entretanto, não são capazes de perder peso por não estarem confortáveis com as expectativas colocadas sobre si, considerando o que irá acontecer quando perderem peso. A comida torna-se sua muleta: ela os ajuda a manter o peso, assim, não precisarão alcançar seus objetivos e resolver outros assuntos de sua vida.


O "Sabotável"- Permite que eles próprios sejam sabotados por amigos e parceiros que impedem tentativas de perda de peso. No caso de uma mulher, o marido provavelmente gosta de seu sobrepeso por medo de perder a companheira, ou talvez, as amigas ficam com inveja de seu sucesso. Estas pessoas então podem incentivar reuniões envolvendo comida para ter certeza de que seu peso continuará acima do desejado.


O "Derrotado"- Acredita não ter disciplina em sua alimentação. Eles armam seu fracasso indo a uma festa dizendo "Não há como eu ser capaz de evitar a gula". Eles acham que não possuem força de vontade para controlar o quê e o quanto colocam em suas bocas. Ao ter uma postura pessimista, estas pessoas cumprem suas expectativas ao se encher de comida numa festa.


O "Esquivo"- Recusa convites para reuniões sociais por não gostar do modo como são fisicamente. Eles pensam: "Quando eu perder peso, começarei a sair". Entretanto, esta mentalidade pode ter um efeito rebote: enquanto todos estão se divertindo, "o esquivo" está em casa sozinho e deprimido. Eles utilizam comida para esconder sentimentos de solidão. Isto prolonga a agonia e o isolamento social.


O "Co-dependente"- Vive primariamente ao redor de comida. Ele pode ter poucos colegas e considera a comida seu melhor amigo. Este comportamento está geralmente associado à dependência de outra pessoa. Mas o "co-dependente" conta inicialmente com os alimentos. Quando surgem problemas ou ele está só, sempre pode recorrer ao seu grande amigo, a comida. Ela não julga e sempre está disponível para ele. Pode-se criar um ciclo vicioso, no qual após cada episódio de "comilança" segue-se a depressão, que por sua vez deflagra outro episódio e assim sucessivamente.


Estes comportamentos não são rígidos e você pode se encaixar em mais de uma destas categorias. E estas características não são os únicos sentimentos ou únicas situações que podem levar uma pessoa a comer excessivamente, muitas podem se identificar com frustrações ou outros sentimentos negativos.
Milhões de pessoas caem nesta combinação de depressão, baixa auto-estima, ganho de peso e dificuldade no controle ponderal. Por isso, ficar atento a seus padrões de alimentação é um bom primeiro passo. O próximo é identificar os desencadeantes e as situações que levam ao comer excessivo. Uma opção é procurar conselho de profissionais, especialmente se há dificuldade na compreensão de assuntos específicos.
Para muitos, comer é um vício. É o único deles onde a pessoa precisa aprender a viver com moderação. Mas seu conforto é também seu vício. Algumas vezes, a ajuda de profissionais, como psicoterapeutas , nutricionistas e endocrinologistas, traz benefício. Eles podem tomar as decisões por você, pois muitas vezes é difícil agir sozinho.


Faça mudanças comportamentais, uma de cada vez
Assim você não desiste, tente não exagerar. Para reconquistar o controle sobre sua alimentação, adote passos simples como ligar com antecedência a restaurantes para certificar-se de que há como optar por comida de baixa caloria. Torne exercícios físicos divertidos. Por exemplo, procure caminhar na hora do almoço, em vez de apenas descansar (cinco minutos no início é suficiente). Depois aumente para meia ou até uma hora. Chame algum amigo, isto o motivará quando não estiver disposto.


Mantenha uma atitude positiva
Isto ajuda a superar dúvidas, medos e inquietações emocionais. Retire palavras negativas como nunca ou não posso de seu vocabulário. Substitua por palavras positivas, valorizando expressões como eu posso e eu vou. Por exemplo, em vez de dizer "Nunca conseguirei meu objetivo", diga "Eu já perdi 4 quilos e continuarei perdendo até atingir minha meta". Uma boa técnica para ajudar a concluir seus objetivos é escrever em um pedaço de papel o motivo pelo qual você deseja perder peso e que isto levará algum tempo. Atualize sempre, especialmente quando você receber algum elogio.


Seja paciente consigo
Lembre-se, você não ganhou peso da noite para o dia, assim, não espere perdê-lo desta maneira. Quando começar a sentir-se impaciente ou desmotivado, tente praticar exercícios para mudar seu humor. Libere aquelas endorfinas. Levante pequenos pesos em casa ou pule corda. Caso fique desapontado por ter perdido apenas 4 quilos, pegue aquele saco de batatas de 2 quilos na cozinha e caminhe em volta dele por um tempo: assim notará quanto peso 2 quilos realmente representam

Desenvolva um sistema de ajuda
Ache alguém que compartilhe seu mesmo interesse. Junte-se a um grupo de ajuda; caso não haja algum disponível, crie um. Pode parecer difícil, mas na verdade não é. Converse com amigos.

Quando alcançar algum objetivo, ache alguma forma de recompensa

Estabeleça uma meta para o dia, a semana ou o mês. Quando alcançá-la com êxito, compre um CD ou roupas. Só não vale comemorar com um grande jantar, né?!